Cante comigo, Mengão!

Cante comigo, Mengão!

“Quando a torcida cantava essa lá na arquiba, no gramado a gente tinha que fazer chover de qualquer maneira”, já dizia o Maestro Júnior, na versão do jingle “Conte Comigo, Brasil’, que ele gravou ao lado de outro ilustre rubro-negro, Neguinho da Beija-Flor. A Nação se apoderou da música lá pelos anos 80 e o “Conte Comigo, Mengão!” virou hino, grito de guerra, motivo de orgulho. Há quem troque o “conte comigo” original pelo “cante comigo”... não importa, o resultado é sempre o mesmo: arrepio e festa rubro-negra nas arquibancadas.

Lembro que a primeira vez que pisei no Maracanã, no fatídico FlaxFlu do gol de barriga, nada me encantou mais do que a profusão de cantos que a galera entoava. Como boa rubro-negra de Brasília, conhecia alguns, claro, mas nos idos de 95, sem a facilidade da internet, só se conhecia música de torcida de duas maneiras: comprando os LPs que volta e meia homenageavam o Mengão ou aumentando o volume da TV pra tentar ouvir a galera e aprender a cantar junto.

Décadas se passaram e a torcida do Fla continua sendo referência quando se trata de “hits das arquibancadas”. Autoria própria, versões de outras torcidas, de sucessos consagrados... tem pra todos os gostos. Tem até música saindo do forno, criada por um trio de peso: Ivo Meirelles, Sandra de Sá e Buchecha, com letra contagiante: “Flamengo é uma devoção / Ninguém pode explicar / O amor maior do que a razão / É muita tradição, pra sempre vou te amar / Grito de um povo / Rubro-negro vencedor / Urubu guerreiro / O meu canto é pra você Flamengo / Mengo Mengo Mengo Mengoo... Mengoooo / Mengo Mengo Mengo Mengooo / Meu eterno amor” (veja o vídeo abaixo e cante junto!).

O fato é que nenhum ser vivo que apareça no Maraca em dia de jogo do Flamengo sai imune, sem se contagiar com as palmas, os gritos, os cantos (não tem como não descer a rampa com pelo menos uma musiquinha na cabeça). Mas em todos esses quase 20 anos desde que passei a frequentar o Maracanã, continuo com a mesma impressão daquele 25 de junho de 1995: nada, nenhum canto, nenhum grito emociona mais, é mais poderoso, hipnótico e mortal que o velho mantra de MEEEENGOOO, entrecortado por agudos assobios.... MEEEENGOOO... MEEEENGOOOO... MEEEENGOOOO...

Graziella (@rubrone_gra)