Ultímas:

'No GRAmado': A camisa do azar



Seria apenas mais um jogo do arrastado Carioquinha, mais uma atuação questionável (compreensível   estamos em fase de testes) do Flamengo, mais uma rotineira vitória de time grande contra pequeno em Estadual. Mas não foi. Nos dois dias seguintes ao jogo, pouco se falou da bizarra atuação do Mugni, das trapalhadas da nossa zaga e até mesmo da volta animadora do Paulinho – o assunto foi e continua sendo "o azar da papagaio-vintém".

Relançada pela Adidas, em uma rara e bacana campanha de divulgação, a terceira camisa tomou conta de todos os noticiários: é, oficialmente, ‘a camisa do azar’. Nem vou discutir o ridículo argumento ‘o Fla nunca venceu com ela’. Isso é coisa de torcedor, de mesa de bar, jamais de uma instituição que quer vender a própria imagem como a de um clube profissional.

E onde está o profissionalismo nesse episódio? O respeito com o patrocinador? A valorização de seu próprio produto? O resgate da história do clube? O relacionamento com o torcedor/consumidor? Foi jogado no lixo, como sugere uma entre as muitas matérias intencionalmente maldosas da imprensa. Entra ano, sai ano, muda diretoria, e o Flamengo não aprende.

Lembro bem quando, na segunda metade de 2012, recebi o link de um site contendo as propostas da Chapa Azul, que no final do ano concorreria às eleições no Fla. Quase chorei. Ali estavam todos os meus sonhos: gestão profissional e valorização da marca Flamengo, sob o comando de um time de executivos respeitados, resgatando a supremacia do clube e posicionando o Fla no mercado de acordo com sua grandeza.

Muito me admira, quase 3 anos depois, que alguns princípios básicos do Marketing simplesmente não são aplicados na gestão do clube. A começar pela Comunicação, uma das mais importantes ferramentas do tema, que no Flamengo simplesmente se resume a atualizar o site oficial e as redes sociais com um conteúdo raso e esporádico. Nesse período (não, não vou comparar com as diretorias anteriores – a promessa era ‘gestão profissional’), o Flamengo mal se comunicou com seu torcedor e, quando o fez, atuou de forma questionável e pouco abrangente (os pífios 50 mil sócio-torcedores estão aí para provar).

O episódio da ‘camisa do azar’ é só mais um exemplo infeliz nessa curta trajetória. Cada camisa vendida é um abatimento na imensa dívida que o Flamengo acumula. Cada centavo que cai na conta do clube diminui a longa espera da torcida pelo time Campeão do Mundo que nos prometeram. Por isso, não dá pra aceitar mais um erro infantil de um clube que hoje se diz gerido por profissionais.

Infelizmente, o Flamengo, a maior e mais forte marca esportiva da América Latina, insiste em se comportar como time amador, de várzea, que troca de camisa no intervalo porque ‘deu azar’, como se isso não fosse feito ao vivo, diante de milhões de telespectadores nos quatro cantos do país, envolvendo a mais poderosa marca de material esportivo do planeta, sob os holofotes de uma imprensa atada aos velhos hábitos do futebol brasileiro e ávida por uma mínima falha do clube que quer mudar tais hábitos.

Falta de verba para a área, de recursos humanos, de ‘tempo pra isso’ (sim, já li essa pérola) não podem mais servir de desculpa para mais um erro grave de Comunicação no Flamengo. Insistir nos erros e colocar-se como senhores da razão não vai fazer o clube chegar mais rápido ao topo, seu lugar de direito. A bela atuação da Chapa Azul na área administrativa e financeira não pode mais minimizar a importância de ações positivas no relacionamento com a torcida, com os patrocinadores, com a imprensa e com o mercado. É hora de repensar a estratégia (se é que ela existe).

Por @rubrone_gra!

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