Ultímas:

No GRAmado: A alegria de ser rubro-negro



Nada mais reconfortante do que uma vitória sobre um rival, no Maracanã lotado. Amanhecemos mais rubro-negros (como se isso fosse possível). A atmosfera de ontem, aliás, já dava indícios de que teríamos mais uma noite de gala na nossa história. Mesmo pela TV, era nítida a energia que rondava o Maraca. Sim, falo isso porque quando você mora longe do seu clube do coração, você aprende a interpretar a linguagem de um jogo de futebol pela televisão, por mais estranho que pareça.

É como se uma corrente magnética percorresse os milhares de quilômetros que separam o estádio, o time e seus apaixonados. Na maioria dos jogos, de longe, é possível sentir a vibração da equipe, o calor da arquibancada, a hora exata de cantar, pular, gritar, xingar. Ontem foi um desses dias. Quando o Galo abriu o placar, confesso que a goleada sofrida contra o Cruzeiro veio à minha mente. Mas logo, aos trancos e barrancos e à sombra dos muitos passes errados, tudo foi milagrosamente se ajeitando. E a torcida não parava de cantar. Lembro de ter trocado essa mensagem no celular: ‘– E o Mengão?’. ‘– Tá perdendo. Mas a torcida tá enlouquecida’.  

Quando Luxemburgo resolveu tirar Luiz Antonio e colocar Nixon, aquela nossa cara de “como assim?” foi logo abafada por mais gritos, cantos e palmas. Fomos pro intervalo com a certeza da virada, não me perguntem como. Era só questão de tempo, a noite era nossa, estava escrito. A torcida comprou mesmo a briga desse time repleto de jogadores indefensáveis, mas que tem ostentado o Manto, ao menos, com muito vigor. Na raça, na voz da galera, empatamos, viramos e fomos todos dormir mais felizes.

Mas um rubro-negro, acredito eu, foi dormir um pouco mais feliz que a gente: Vanderlei Luxemburgo, que acumulou fracassos em seus últimos trabalhos, parece ter refletido, estudado, se autoanalisado durante esse período. Parece. Luxa é aquele profissional bom, muito bom até, mas que se deixa levar pelo ego – briga com jogador, arruma confusão na imprensa, perde o comando do grupo, o que afeta (propositalmente ou não) o rendimento do time.

Esse Luxa que está de volta ao Fla dá a impressão de que o clichê de que ‘só aprendemos com os erros’ foi colocado em prática. Ontem, contra o Galo, colocou o time atrás pra apanhar de pouco. Conseguiu no 1º tempo. No 2º, entrou com Mugni e Eduardo, ‘all in’, pra tentar ganhar, porque ele, como bom rubro-negro que é, sabia que não poderia desperdiçar aquela energia que pairava sobre o Maracanã. Qualquer outro técnico, no lugar dele, se contentaria com o empate. Luxa não. Luxa sabe da força do Manto, da Nação, conhece a alegria de ser rubro-negro, e teve coragem de usar tudo isso a seu favor.

Daqui pra frente, acredito que esse conhecimento precioso da ‘atmosfera rubro-negra’, dentro e principalmente fora de campo, vai ajudar o técnico a tomar suas decisões. Ele, macaco velho, sabe identificar cada perfil, do cara que tá a fim, o cara que só quer farra, aquele que se esconde, o que aparece quando precisa... Luxa é mestre nisso. E tenho a impressão que suas escalações daqui em diante serão reflexo mais de suas observações sensoriais e subjetivas, do que necessariamente da performance do time em campo. Vamos aguardar, por ora fora do Z4, e se Deus quiser, definitivamente!

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