Feliz 2015, Nação!

Feliz 2015, Nação!

Nosso ano acabou ontem de forma trágica. O Galo Forte e Vingador finalmente se vingou de 80, 81, 87 e 2009: com um gol pra cada derrota. Voltamos pra casa com 4 violas enfiadas no saco e com a certeza de que dedicaremos nosso primeiro semestre de 2015 ao abominável Carioquinha e não à tão sonhada Libertadores.

Mas tragédias como as de ontem costumam ser anunciadas e a nossa já se desenhava em janeiro, há 11 meses! Começamos o ano surpreendidos com Luiz Antonio, prata da casa, em plena ascensão na carreira, colocando o Flamengo, de forma covarde, mesquinha e maquiavélica, na justiça. Não pensou na Libertadores que se iniciava, na torcida que sempre o apoiou, no clube que lhe deu a oportunidade sonhada por milhares: pensou em grana, e só.

Paralelo a isso, outro anúncio do que seria nosso 2014: a total e irresponsável falta de planejamento na montagem do elenco para a Libertadores. Sem Elias, destaque do ano anterior, o Fla contentou-se com o insólito Elano, com a incógnita Mugni e com o tapa-buraco Alecsandro. Acertou na contratação de Éverton e de Léo, este último na esperança de que resolvesse a nossa falta crônica de lateral-direito. Não resolveu, obviamente.

Pra fechar o anúncio de um 2014 trágico, mesmo mandando embora os cabeças de panelinhas e motins contra técnicos e preparadores físicos, o Fla manteve o erro crasso de anos a fio, perpetuando um suposto ‘ídolo’ como capitão do maior clube do país. Léo Moura, em fim de carreira, manteve-se o ano todo como única opção para a lateral-direita – ontem, mais uma vez, vimos o resultado dessa cega e estúpida decisão.

Há anos, Léo Moura mantem-se no Flamengo à base de seu bom relacionamento com a imprensa, o que lhe rende matérias cheias de elogios e tratamentos diferenciados, às custas de, dizem as boas línguas, informações privilegiadas de dentro do clube, que o ‘capitão’ entregaria de bandeja aos jornais e TVs. Nesse ciclo, o ‘ídolo’ vai renovando contratos e se mantendo acima de tudo e de todos, blindado pela imprensa e por parte da torcida que compra essa imagem. ‘Ah, é ídolo, tem mais títulos que o Botafogo’. Quem tem títulos é o Flamengo! Léo Moura JAMAIS foi decisivo em NENHUM título do clube. Sanguessuga profissional, pegou carona nas conquistas da nossa camisa e só apareceu com destaque na hora de levantar as taças... porque na hora de jogar bola, estava ou tirando o pé das divididas ou forçando cartões e contusões pra pular fora de jogos complicados.

Voltando ao personagem que abriu o ano querendo encher o bolso às custas do clube, o erro da diretoria em mantê-lo no elenco mostrou-se irreparável. A estratégia era até aceitável, mas em se tratando de jogador mau caráter (milícia é coisa de ‘gente boa’, né?) já era de se esperar que não daria certo. Jayme, Ney e Luxa escalaram o ano todo um Luiz Antonio desinteressado, displicente, alheio ao Flamengo e ao futebol. Por quê? Simples: o Flamengo precisava vender o jogador de qualquer jeito, se livrar de um cara que deixou claro, após cinco tentativas de processo, que não pretendia defender o clube, e que, além do mais, repetiria a sina de colocar o nome do Flamengo nas páginas policiais, algo inaceitável em tempos de contrato milionário com a Adidas, por exemplo.

Entrou em campo, obviamente não rendeu, e fez ontem a partida mais revoltante que já vi um jogador fazer: entrou pra debochar da cara da torcida. Luiz Antonio começou o ano querendo prejudicar o Flamengo. Conseguiu, onze meses depois, com requintes de crueldade. Essa tá na conta de quem o manteve no elenco contando com uma venda milionária ou com uma porcentagenzinha de leve – ‘coloca o cara aí, pra aparecer pro mercado’. Mais uma vez, parabéns aos envolvidos nessa decisão sórdida e míope, que prejudicou o Clube de Regatas Flamengo e sua torcida, e ninguém mais.

Muitos culpam Vanderlei Luxemburgo pela derrota de ontem. Não tiro a razão de ninguém. Como justificar as atuações de Elton e Mattheus, não só ontem, mas em TODAS as vezes que vestiram a camisa do Fla? Não tem defesa. Mas Luxa nos tirou do Z4, coisa que o ridículo Ney Franco não faria nunca... com ele, morreríamos lá. Luxa ontem foi Luxa: pensou com o ego – ‘Se coloco esse cara e ele vai bem, sou gênio’. A batalha do Vanderlei foi, é e sempre será contra ele mesmo... quando consegue controlar a síndrome de Rei-Sol, o trabalho aparece. Ontem ele não conseguiu.

Vai-se mais um ano perdido, fica a lição: diretoria, o tempo de estagiário no futebol acabou! A falta de experiência na área não é mais desculpa, foram dois anos de muitos erros e alguns acertos. A corja está aí, à espreita, torcendo por um ano desastroso no futebol em 2015, para usar como mote principal na campanha à presidência. Precisamos de vocês mais 3 anos, precisamos não só do baile que vocês estão dando fora de campo... precisamos que vocês goleiem também dentro de campo, para banir de vez esses oportunistas de plantão. Mandem Léo Moura ser informante em outra freguesia, emprestem/vendam/doem Luiz Antonio a qualquer time do planeta, não contratem goleiro – prestigiem o esforçado e dedicado Paulo Victor, reforcem zaga, meio e ataque com inteligência e visão... já é um bom começo para um 2015 diferente. Não precisamos ter o melhor elenco do Brasil; ter um time bom e que se entregue já é meio caminho andado. Porque o resto do caminho, todo mundo já sabe: a torcida carrega o time nas costas... e feliz da vida! Feliz Ano-Novo, Nação!